Exposição de Património Arquitectónico Português 
lugares em estado latente 

A Fundação Serra Henriques é entidade parceira na organização desta mostra expositiva e na respectiva publicação de conteúdos sob a curadoria de Maria Rita Pais e Luís Santiago Baptista.
A exposição parte de uma "viagem ao invisível" porque aborda lugares abandonados de elevado valor patrimonial e que existem na sombra, inacessíveis ou inapreensíveis.
São quinze casos de estudo no território nacional apresentados sob a forma de documentos, desenhos, telas ou maquetas originais, filmes e fotografias de uma centena de autores (arquitectos, geógrafos, historiadores, artistas, antropólogos, fotógrafos e cineastas). 

A iniciativa tem o apoio do Ministério da Cultura e será apresentado ao público durante todo o mês de Agosto de 2017 no Teatro Thalia em Lisboa, cedido pelo Ministério da Educação.

Esta realização procura evidenciar boas prácticas e estimular iniciativas que conduzam à revitalização dos espaços, conservação ou reabilitação deste património em estado latente.

A Viagem ao Invisível é um projecto em duas fases. A primeira compreendeu uma viagem já realizada, vencedora do concurso Open Call Comissariado Viagem Pop-Up lançado pela Secção Regional Sul da Ordem dos Arquitectos em Novembro de 2015.
O itinerário da viagem, realizada entre 10 e 12 de Junho de 2016, percorreu uma serie de obras de natureza diversa no centro do país, convocando a invisibilidade nas suas dimensões culturais, sociais, lúdicas, étnicas, religiosas, médicas, militares, industriais e infra-estruturais: Estaleiro
Naval da Margueira (1967); Casa Lino Gaspar de João Andersen (1955); Centro Comercial da Mouraria de Carlos Duarte e José Lamas (1989); Mosteiro da Cartuxa de Évora de Giovanni Casalli e Felipe Terzi (1598); Pedreiras de Vila Viçosa; Minas de São Domingos (1858); Antiga e Nova Aldeia da Luz de João Figueira & Associados (200); 8ª Bataria do Regimento de Artilharia de Costa (1940); Quinta da Comenda de Raul Lino (1908); Hotel das Arribas de Raul Tojal e Manuel Carvalho (1961); "Bairro dos Arquitectos" no Rodízio de Keil do Amaral, Adelino Nunes, Raul Tojal e Faria da Costa (1943); Pavilhões do Hospital Termal das Caldas da Rainha de Rodrigo Maria Berquó (1901); Panóptico do Hospital Miguel Bombarda de José Maria
Nepomuceno (1896); Panorâmico de Monsanto de Chaves da Costa (1968).

A segunda fase do projecto compreende, agora, uma exposição e respectivo catálogo. Os convites a artistas e investigadores a fazerem o itinerário connosco pressupunha já que o objectivo não estava meramente na visita mas na produção de trabalho artístico e critico a partir
da experiência da viagem. Participam os artistas Ângela Ferreira, Daniel Blaufuks, Daniel Malhão, Nuno Cera, Ricardo Castro, Ricardo Jacinto, Tatiana Macedo e Pedro Bandeira e os investigadores Álvaro Domingues, Inês Moreira, Spela Hudnik, Susana Oliveira e Susana Ventura. O material apresentado, além dos desenhos dos arquitectos das obras, incluí trabalhos dos fotógrafos Armando Maia Serôdio, Artur Pastor, José Fontes, Judah Benoliel, Luís Pavão, Mário Novais, Paulo Catrica, etc.
A intenção do projecto passa pelo cruzamento da arquitectura, das artes e das ciências sociais e humanas na experiência e representação do espaço. A abordagem da invisibilidade realiza-se a partir da recolha de material documental, da convocação de obras de arte existentes, da criação de novas pelos artistas e de reflexão original pelos investigadores.
Por fim, a inclusão de um último caso de estudo, o Teatro Thalia (2012) reabilitado recentemente por Gonçalo Byrne e Barbas Lopes, espaço onde se realizará a exposição, será um manifesto neste projecto, tendo em conta as suas condições de invisibilidade, seja no seu uso original como teatro privado, seja na sua posterior condição de ruína devoluta.

Apoios e entidades parceiras: Biblioteca Nacional de Espanha, Casa da Arquitectura, Câmaras Municipais de Caldas da Rainha, Lisboa, Mértola, Oeiras, Setúbal e Sintra, Centro Cultural de Belém, Direcção-Geral das Artes, Direcção-Geral do Património Cultural, Direcção-Geral do Território, EDIA (Alqueva), Exército Português, Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação Serra Henriques, Fundação Serrão Martins (Mina de São Domingos), Museu da Luz, Ordem dos Arquitectos, Sistema de Informação para o Património Arquitectónico (SIPA), Torre do Tombo, Trienal de Arquitectura de Lisboa.